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Você sabe dizer não?

  • Foto do escritor: Lucia Strabelli
    Lucia Strabelli
  • 11 de jul. de 2023
  • 3 min de leitura

Por que será que temos dificuldade em dizer a palavra “não”? Sabemos que essa palavrinha tem um significado muito importante, e quando éramos crianças era a palavra que mais escutávamos… não suba, não vá, não faça isso, não faça aquilo, enfim, quantos nãos recebemos desde muito pequenos?


E ao crescer, qual seria a real dificuldade em usar essa monossílaba? O que de fato acontece em nós? Será que podemos não ser aceitos nesse grupo, nessa equipe, na família, pelo companheiro (a)? Podemos perder o amor que eles sentem por nós? Seremos julgados, ou seja, o que vão pensar de mim? Seremos crucificados ou expulsos do paraíso, ou algo assim? Quantas implicações temos diante deste fato, pois ao não nos posicionarmos, falarmos abertamente sobre o que realmente queremos ou deixamos de querer, isso nos fere e magoa profundamente.


Abrimos mão daquilo que para nós é valioso, e com o passar do tempo deixamos de saber o que realmente gostamos ou não, perdemos a nossa identidade. Tudo isso para se adequar numa caixinha que nós mesmos criamos para sermos aceitos pelo outro, nos adequamos e cabemos nesse pequeno espaço que não nos comporta, e isso, com o passar dos anos, nos faz adoecer, quebrar partes de nós mesmos, do nosso corpo, de quem somos. É como se o corpo ficasse desfigurado e se transformasse em algo que nem sequer sabemos ao certo.


Somos levados por uma avalanche de sentimentos como a rejeição, as caras e bocas, ou mesmo dizeres como: “nossa, o que está havendo com você?” E nessa circunstância baixamos a guarda novamente para não sermos excluídos do bando e, por consequência, nos ferimos.


No âmbito profissional, apesar de sabermos das regras ou mesmo de como os processos funcionam, frequentemente, nos deparamos com situações que muitas vezes não compactuamos, somos encurralados para engolir o “não” e dar um jeito e flexibilizar.


O mundo corporativo exige como competências que sejamos adaptáveis e flexíveis. Mas a questão que fica é: até quanto? Qual a régua ou medidor que temos que ter para fazermos parte deste sistema?


Cada um precisa analisar o quanto isso fere os seus valores e se pode ser negociável ou não. Entendo que não devemos ser rígidos ou intolerantes a ponto de nos tornarmos intransigentes, ou radicais, mas encontrar um meio-termo que atenda os nossos valores e as intenções da outra parte. Seria o ganha ganha, e não o ganha perde.


Portanto, escutar ativamente o nosso corpo e a nós mesmos e entender quais emoções decorrem a partir do pedido feito e como lidará com isso, é fundamental.


Posso sim dizer o não, existem formas, há uma linguagem menos combativa que poderá ser utilizada, explicando que você realmente gostaria de fazer, no entanto, aquilo não seria possível daquela maneira, mas sim de outra, que atenda as necessidade de ambos. Ou que nesse momento não seria possível, que posteriormente conseguiria atender num outro formato.


Ao se posicionar e informar o seu ponto de vista, com certeza ficará muito bem, em paz com você mesma, e isso é sinal de autocuidado. Estar consciente que ao proferir a palavra não, você estará respeitando a si própria e terá o respeito por parte da outra pessoa.


Por mais desafiante que possa ser, não tenha dúvidas e lembre-se que você tem liberdade e livre arbítrio para ser quem você escolheu ser.


 
 
 

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